por Rodolfo Montosa — inspirado em Lucas 1
Eram duas mães ainda na gravidez,
cheias de alegria, cheias de lucidez.
Não podendo ter filhos do jeito convencional,
foram surpreendidas de forma sensacional.
A mais velha, Isabel, era estéril de nascença;
seu marido, Zacarias, orava com muita crença.
Mesmo de idade avançada e impossibilitados,
recebem o anjo do céu para serem agraciados.
As palavras do mensageiro eram cheias de poder:
anunciou que teriam um filho que, em breve, iria nascer.
Seu nome seria João e causaria muito espanto,
pois seria, desde o ventre, cheio do Espírito Santo.
A mais nova, chamada Maria, era virgem comprometida;
com seu noivo, José, carpinteiro, tiveram história parecida.
Também receberam visita do anjo celestial,
que anunciou algo tremendo, sem precedentes, sem igual.
A jovem agraciada, sem relação com homem algum,
conceberia do Espírito, de forma única, incomum.
Seu filho era Jesus, o nosso Salvador,
o Messias prometido, o único Senhor.
E ali estão as mães, talvez um pouco assustadas,
unidas pelo parentesco, unidas pela empreitada:
Isabel, a mais velha, das montanhas da Judeia;
Maria, ainda novinha, de Nazaré da Galileia.
Ficam juntas por três meses: quanta satisfação!
Cheias do Espírito Santo, explodem de gratidão.
Nos olhos, muito brilho; felicidade contagiante;
nos lábios, nova canção; profecia relevante.
Tecidas de ternura, entrelaçadas de amor,
mães refletem para sempre a beleza do Senhor.
Os nove primeiros meses servem para acostumar;
feitas mães uma vez, nunca jamais vão parar.
Carregam no seu ventre a esperança da humanidade;
geram filhos para o bem e não para a maldade.
Cheias de alegria, cheias de lucidez,
eram duas mães ainda na gravidez.