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Gratidão nas tempestades

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Quanto a nós, teu povo e ovelhas do teu pasto, para sempre te daremos graças; de geração em geração proclamaremos os teus louvores (Salmos 79.13)

O livro de Atos dos Apóstolos é carregado de acontecimentos de prender o fôlego, as emoções nos envolvem durante a leitura. Um dos momentos especiais é a viagem do apóstolo Paulo a Roma. Ele e outros companheiros de prisão estão sendo levados à capital do Império. Duzentas e setenta e seis pessoas a bordo.

Nessa viagem houve de tudo. Troca de embarcações, ventos contrários soprando forte, desespero generalizado e até mesmo um assustador tufão, chamado Euroaquilão, fazendo com que o navio fosse arrastado com violência. A situação foi tão adversa que o historiador Lucas, autor do livro de Atos, disse: E, não aparecendo, havia já alguns dias, nem sol nem estrelas, caindo sobre nós grande tempestade, dissipou-se, afinal, toda a esperança de salvamento (Atos 27.20).

Nessa situação caótica, Paulo se levantou no meio de todos e argumentou: Mas, já agora, vos aconselho bom ânimo, porque nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio. Porque, esta mesma noite, um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas! É preciso que compareças perante César, e eis que Deus, por sua graça, te deu todos quantos navegam contigo. Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que sucederá do modo por que me foi dito. Porém é necessário que vamos dar a uma ilha (Atos 27.22-25).

Na sequência, atingiu-se o pior momento, em que só restava a todos aguardar a própria morte.

Entrou em cena, então, a gratidão: Tendo dito isto, tomando um pão, deu graças a Deus na presença de todos e, depois de o partir, começou a comer. Todos cobraram ânimo e se puseram também a comer (Atos 27.35-36).

Lendo os capítulos 27 e 28 de Atos, questionamos como é possível, numa situação extrema como essa, Deus tocar o coração de um homem a ponto dele tomar um pão, dar graças na presença de todos e, depois de parti-lo, se alimentar com a maior naturalidade. Os demais, inesperadamente, retomaram o ânimo e se puseram a comer também. Quantas pessoas? Duzentas e setenta e seis. Envolvidos nos destroços, todos os passageiros chegaram salvos em terra.

Deus nem sempre nos salva das tormentas, mas ele está presente e nos socorre nas tempestades. Deus não necessariamente nos livra da fornalha, mas nos auxilia e nos salva na fornalha. Ainda que em meio aos furacões da vida, temos uma oportunidade para agradecer.

Qual o segredo para isso? Pertencer a Deus. Paulo disse: um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo. O apóstolo era propriedade do Pai, por isso ele podia assegurar: esteve comigo.

Pr. Messias e João Marcos Anacleto Rosa

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