Então todo o povo respondeu a uma só voz: Tudo o que o Senhor falou faremos. E Moisés relatou ao Senhor as palavras do povo (Êxodo 19.8 – NAA).
A jornada do povo de Israel desde a escravidão no Egito até a liberdade no deserto é marcada por intervenções divinas que revelam o caráter e o propósito de Deus. Em Êxodo 19.1-8, encontramos um momento crucial dessa caminhada: a chegada ao Monte Sinai. Ali, Deus chama Moisés ao alto do monte para estabelecer um pacto com Israel, selando a identidade do povo como sua propriedade peculiar. A aliança estabelecida no Sinai segue um padrão claro: Deus age primeiro, Deus espera uma resposta e, como resultado, Deus nos dá uma nova identidade. Esse mesmo padrão se repete e se cumpre plenamente na Nova Aliança em Cristo.
Deus age primeiro: Vocês viram o que fiz aos egípcios e como levei vocês sobre asas de águia e os trouxe para perto de mim (Êxodo 19.4 – NAA). O objetivo do Senhor é claro: levar seu povo para perto de si. Para isso, tomou a iniciativa libertando Israel do jugo egípcio, guiando-o pelo deserto e sustentando-o. Ele é o iniciador e sustentador dessa relação. A aliança começa com graça, com o favor não merecido, com a dádiva concedida. Da mesma forma, na Nova Aliança, Deus age primeiro. Em Cristo, nos liberta do “Egito”, da escravidão do pecado (João 8.34-36), e nos reconcilia consigo (2 Coríntios 5.18-19). Estávamos separados e ele nos traz para perto. Jesus é a ação de Deus, perfeita e suficiente.
Deus espera uma resposta: Agora, pois, se ouvirem atentamente a minha voz e guardarem a minha aliança (Êxodo 19.5a – NAA). O método do Senhor é claro: por meio da sua aliança. Aliança é pacto, tratado, convenção. É proposta pela voz de Deus, ouvida e guardada pelo povo. Para ouvir atentamente precisamos estar bem perto, conectados, sintonizados. Para guardar a aliança precisamos estar abertos, entregues, desejosos. O compromisso esperado do povo seria demonstrado por uma vida de obediência e santidade, refletindo a vontade de Deus em suas ações e devoção. Se no Sinai a aliança exigia obediência à Lei, em Cristo somos chamados a uma obediência fundamentada na fé e no amor. Se vocês me amam, guardarão os meus mandamentos (João 14.15 – NAA). Nossa resposta à graça de Deus é levar Jesus a sério. Quem leva Jesus a sério, vive como ele ensinou. Nossa fé em Jesus se manifesta em vida de santidade e compromisso com o Evangelho, não baseada em legalismo, mas em um relacionamento transformador com Deus.
Deus dá identidade: vocês serão a minha propriedade peculiar dentre todos os povos. Porque toda a terra é minha, e vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa (Êxodo 19.5b-6 – NAA). O resultado é claro: nos tornar seus.O propósito central da aliança era formar um povo que vivesse com Deus e o representasse na terra como nação que atrai outras nações ao Senhor. Na Nova Aliança, essa promessa se cumpre plenamente por meio de Jesus: Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamar as virtudes daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pedro 2.9 – NAA). Somos de Deus porque ele nos criou (Salmos 100.3) e nos comprou (1 Coríntios 6.19-20). Isso mesmo, comprou o que já era seu. Agora, não apenas Israel, mas todos os que creem em Cristo (1 Pedro 2.7) fazem parte do povo de Deus, chamados para anunciar suas virtudes e viver para sua glória.
O encontro no Sinai nos lembra que Deus sempre buscou relacionamento com seu povo. Ele está comprometido e espera nosso comprometimento. Hoje, esse chamado ressoa para nós: seremos fiéis à aliança estabelecida por Cristo? Assim como Israel, vamos responder com corações rendidos ao Senhor da nova e eterna aliança: Tudo o que o Senhor falou faremos (Êxodo 19.8 – NAA).
Pr. Rodolfo Montosa