Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. O próprio Espírito confirma ao nosso espírito que somos filhos de Deus. O Espírito Santo os guiará em toda a verdade … o Espírito Santo disse: Separem, para mim, Barnabé e Saulo, para a obra a que os tenho chamado (Romanos 8.14 e 16; João 16.13; Atos 13.2 – NAA).
Anos atrás, viajávamos em família por países do leste europeu. Sem internet, sem GPS e sem entender as placas, dependíamos de mapas físicos e da boa vontade de quem cruzasse nosso caminho. Após horas perdidos, paramos em um posto de gasolina. O problema: ninguém falava uma palavra em comum. Entre risos e mímicas, conseguimos nos entender e seguir viagem. Estar perdido em um lugar desconhecido é desconfortável, mas há algo ainda mais inquietante: viver sem direção na vida.
Como sociedade, estamos igualmente perdidos – não geograficamente, mas em áreas muito mais profundas: perdemos nossa identidade, nossa moral e nosso propósito. Muitos já não sabem quem são, o que é certo ou errado, nem para que vivem. É por isso que precisamos de uma bússola confiável, e Deus nos deu uma: o Espírito Santo.
Em Romanos 8.14 e 16, Paulo afirma que todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. O próprio Espírito confirma ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Aqui está nossa bússola identitária: o Espírito nos lembra quem somos – filhos do Pai, pertencentes à sua família. Em um tempo em que muitos vivem em crise de identidade, tentando se definir por status, imagem ou performance, o Espírito nos reconecta com nossa origem divina. Nosso norte é a posição segura de filhos amados, que vivem não para provar seu valor, mas a partir do valor que já receberam em Jesus. Essa identidade é o ponto de partida para a vida cristã. Saber quem somos é o fundamento para saber como devemos viver. É a partir da segurança de sermos filhos que aprendemos a viver de maneira coerente com essa filiação.
Em João 16.13, Jesus chama o Espírito de Espírito da verdade e promete que ele nos guiaria em toda a verdade. Aqui está nossa bússola moral: o Espírito nos mostra o que é certo e errado, conduzindo-nos com sabedoria em um mundo de confusão ética. Quando perdemos essa referência, corremos o risco de relativizar tudo, tornando-nos vulneráveis à mentira disfarçada de verdade. Nosso norte moral será sempre Jesus – e é justamente para ele que o Espírito aponta. Quando temos clareza sobre quem somos e como devemos viver, estamos prontos para descobrir por que estamos aqui. A missão nasce da identidade e da ética moldadas pelo Espírito.
E, em Atos 13.2, o Espírito chama Barnabé e Saulo para uma missão específica: Separem para mim Barnabé e Saulo, para a obra a que os tenho chamado. Aqui está nossa bússola vocacional: o Espírito revela o propósito da nossa vida e nos envia para cumpri-lo. Sem essa direção, a vida pode se tornar apenas uma busca vazia por sucesso ou reconhecimento, mas sem impacto eterno. Nosso norte é alinhar nossos dons, motivos e motivações com o chamado do Senhor do Universo.
Em meio a tantas vozes, o Espírito é a voz segura no caminho. Ele nos guia na identidade, na verdade e no propósito. Que possamos abrir nossos ouvidos e entregar a ele o volante da nossa vida.
Pr. Rodolfo Montosa