É para disciplina que vocês perseveram. Deus os trata como filhos. E qual é o filho a quem o pai não corrige?(Hebreus 12.7 – NAA | leia dos versículos 4 a 13)
A palavra “disciplina”, no latim discipulus, significa aquele que segue. Disciplinar não quer dizer punir, coagir ou humilhar; mas discipular, mostrar o caminho, ensinar com clareza e intencionalidade, com reforço e admoestações, de maneira assertiva, até que se alcance o padrão desejável. No grego paideia, significa tutoria, educação, treinamento, instrução.
A palavra “perseverança” significa constância, sem se desviar, suportando bravamente, mesmo diante das adversidades. Indica o coração ensinável e determinado do discípulo. De nada adianta receber o treino se não treinar, receber as orientações do tutor e guardá-las na gaveta, receber as tarefas do educador e ser negligente, ouvir bons conselhos e ignorá-los, começar e desistir.
A frase é para disciplina que vocês perseveram, portanto, nos dá a entender que nossa educação no Senhor está ligada à constância, que nosso amadurecimento exige tutoria permanente, que o processo para crescer envolve testes e exames, que é necessário suportar para passar para o próximo nível (Tiago 1.2-4).
Deus só disciplina quem é filho. Feitos filhos, somos feitos discípulos, com data de matrícula, mas não de formatura. Vejamos três benefícios que o texto revela sobre a beleza da disciplina divina:
Deus nos disciplina para nosso próprio bem (Hebreus 12.10b). O Pai nos disciplina para mudarmos nossos padrões mentais, nossa perspectiva tão influenciada por este mundo. Ele quer renovar nossa mente para experimentarmos sua boa, agradável e perfeita vontade (Romanos 12.2). Precisamos dessa tutoria para nos transformar de individualistas em comunitários, de orgulhosos em humildes, de hipócritas em autênticos, de gananciosos em generosos, de frenéticos em contemplativos, de inertes em ativos, de críticos em encorajadores, de ansiosos em confiantes, de insatisfeitos em gratos, de mimados em maduros, de pessimistas em esperançosos, de rancorosos em afetuosos. A lista segue adiante revelando o bem que a disciplina nos faz.
Deus nos disciplina para nossa santidade. O Filho nos disciplina a fim de sermos participantes da sua santidade (Hebreus 12.10c – NAA), para que cheguemos ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da sua própria plenitude (Efésios 4.13). Santo é puro, sem mistura, como o ouro 24 quilates que tem maior brilho e valor. Santo é inteiro, íntegro, como alimentos integrais mais nutritivos e saudáveis. Jesus nos quer puros e inteiros como ele o é. Por exemplo, pai santo é ser pleno, presente, inteiro, completo, consistente, intenso. Jesus pode falar a uma mãe, um filho, um irmão, uma dona de casa, um profissional: sejam plenos, inteiros, puros, sem mistura, cheios de mim!
Deus nos disciplina para darmos frutos de justiça. O Espírito nos disciplina e sua disciplina produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça (Hebreus 12.11b – NAA). Ele faz isso nos convencendo (João 16.8), nos ensinando (1 João 2.27), nos fazendo lembrar (João 14.26). Na verdade, toda disciplina, ao ser aplicada, não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza (Hebreus 12.11a – NAA). Porém, mais tarde, a disciplina do Espírito produz o fruto do Espírito que é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gálatas 5.22, 23a – NAA). Existe justiça maior do que essa lista? Não! O fruto da disciplina é simplesmente maravilhoso.
Se agora você fosse submetido a um exame aplicado por Deus, em quais disciplinas seria aprovado? Ele quer nos disciplinar para caminharmos ao próximo nível. Não tema ser disciplinado pelo Pai; significa que você é filho. Não tema ser disciplinado pelo Filho; significa que você é amado. Não tema ser disciplinado pelo Espírito Santo; significa que você é ensinável. Filho amado ensinável é quem somos aos olhos de Deus.
Pr. Rodolfo Montosa
