“Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia de sua glória!” (Isaías 6.3 – NVT)
Tive a honra e o privilégio de nascer num lar cristão e muito musical. Hinos e corinhos sempre fizeram parte das celebrações e refeições em família. Aliás, é muito difícil encontrar alguém da família que não tenha noções de música e ritmo. Contudo, é importante saber identificar a diferença entre música e adoração, pois nem toda música é adoração e nem toda adoração é feita por meio da música.
É comum dependermos do ministério de música da igreja ou de playlists e vídeos para sermos conduzidos por canções. No entanto, a verdadeira adoração não pode depender de recursos externos; ela deve nascer de um coração quebrantado, que conhece a grandeza do Pai e reconhece o quão pequenos somos diante dele.
O ambiente do texto bíblico acima é de total adoração. Isaías teve uma visão com anjos dizendo em alta voz: Santo, santo, santo! Havia fogo e fumaça e suas vozes estremeciam o local. O Senhor está assentado sobre um alto e sublime trono, vestido com lindo manto, mas perceba que não há menção de música ou ritmo. Esse episódio pode nos ensinar sobre como podemos adorar ao Senhor espontaneamente.
Em primeiro lugar, Isaías contemplou. A adoração espontânea começa com a contemplação dos filhos, admirados com as virtudes do Pai. O ambiente externo era de tristeza e instabilidade emocional. O rei Uzias havia morrido de lepra, e a morte por lepra era tida como maldição. Porém, na visão, o Senhor está assentado no trono, ou seja, governando com soberania toda a terra. Ele ficou ali como que contemplando a majestade do Rei. Você já ficou um tempo na presença do Senhor apenas contemplando sua majestade?
Em segundo lugar, Isaías arrependeu-se. A visão de Deus é tão linda e ao mesmo tempo tão transformadora. Perceber o poder do Senhor e seu precioso amor nos leva ao constrangimento e ao pó, nos prostramos, reconhecendo quem ele é e quem somos: “Estou perdido! É o meu fim […] Meus olhos, porém, viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Isaías 6.5 ‒ NVT). Estar na presença do Senhor nos leva ao arrependimento, pois reconhecemos que necessitamos de sua graça e misericórdia. Qual foi a última vez que você se arrependeu na presença do Senhor?
Em terceiro lugar, Isaías foi santificado. Em sua visão, um anjo toca em seus lábios para trazer purificação: “Veja, esta brasa tocou seus lábios. Sua culpa foi removida, e seus pecados foram perdoados” (Isaías 6.7 ‒ NVT). A presença do Senhor nos purifica do pecado, depurando nossa vida em santificação. Ele nos santifica e recebe a nossa adoração, pois, como qualquer Pai, gosta de ouvir palavras de elogio e exaltação de suas virtudes. Como você se sente ao perceber que no ambiente de adoração somos santificados?
Em quarto lugar, como consequência dos atos anteriores, Isaías se entregou para exercer sua vocação. O Senhor pergunta a ele: “Quem enviarei como mensageiro a este povo? Quem irá por nós?” E eu respondi: “Aqui estou; envia-me” (Isaías 6.8 ‒ NVT). Santificado, o profeta se torna sensível ao chamado e aceita o desafio de entregar-se de maneira irrestrita à voz do Senhor. Apresentar-se ao Senhor e obedecê-lo é a atitude do verdadeiro adorador. Você já disse alguma vez: “Eis-me aqui, Senhor, envia-me”?
A contemplação nos leva ao arrependimento, que nos leva à santidade, que nos leva à consagração. Assim, a adoração se torna espontânea e natural. Com música ou sem. Com palavras, versos ou em silêncio. Ali o adorador está diante de seu Senhor e nada pode atrapalhar esse momento. Aumentar nosso conhecimento e vocabulário a respeito do Senhor certamente poderá nos ajudar a viver espontaneamente em adoração, tê-la como estilo de vida. Amoroso, eterno, provedor, perfeito, bondoso, onipotente, imutável, fiel, verdadeiro, justo, santo, santo, santo…
Pr. Daniel Zemuner Barbosa