Porque, quando chegamos à Macedônia, não tivemos nenhum alívio. Pelo contrário, em tudo fomos atribulados: lutas por fora, temores por dentro. Porém Deus, que consola os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito. E não somente com a chegada dele, mas também pelo consolo que recebeu de vocês. Ele nos falou da saudade, do pranto e do zelo que vocês têm por mim, aumentando, assim, a minha alegria (2 Coríntios 7.5-7 – NAA).
A consolação, no contexto bíblico, vai além do simples ato de confortar; ela envolve encorajamento, edificação e a construção de uma esperança firme. Nesse pequeno trecho da carta de Paulo citando Tito aprendemos que consolo é necessário, manifesta-se de maneira pessoal e torna-se contagiante.
O trecho em tudo fomos atribulados: lutas por fora, temores por dentro deixa claro como o consolo é necessário. Paulo não esconde as muitas tribulações pelas quais tinha passado e apresenta uma lista chocante ao final dessa carta (2 Coríntios 11.23-28). Ao ler a relação de suas intensas lutas por fora dá para entender um pouco mais seus profundos temores por dentro. Definitivamente Jesus estava certo: no mundo temos aflições. Passamos por adversidades em diferentes áreas, momentos e intensidades. Precisamos de consolo constantemente diante da realidade cruel da vida.
O trecho Deus, que consola os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito deixa claro como o consolo é pessoal. O relacionamento de Paulo com Tito era amoroso, respeitoso, profundo e envolvia ajuda e confiança mútuas. Só nessa carta Paulo cita Tito por sete vezes (2 Coríntios 2.12-13; 7.5-7; 7.13-16; 8.6; 8.16-17; 8.23; 12.18), além de outras cartas (Gálatas 2.1-3; 2 Timóteo 4.10) e de ter escrito uma epístola específica para seu verdadeiro filho na fé (Tito 1.4). Deus usa pessoas para ministrarem consolo para nossa alma abatida. Pode ser por meio da simples presença, do olhar, do abraço, da conversa, do conselho, da ajuda, do apoio, da mão estendida. Assim como a chegada de Tito trouxe alívio e ânimo a Paulo, existe poder no consolo de gente que nos ama de verdade.
O trecho pelo consolo que recebeu de vocês deixa claro como o consolo é contagiante. Paulo identifica que Tito tinha recebido consolo e agora estava sendo agente de consolo. Existe um “efeito dominó”, ou seja, o evento de ter recebido consolo desencadeia outro evento de ministrar consolo, criando uma cadeia de reações em cascata. Na abertura dessa carta, Paulo já escreveu essa verdade: Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos consola em toda a nossa tribulação, para que, pela consolação que nós mesmos recebemos de Deus, possamos consolar os que estiverem em qualquer espécie de tribulação (2 Coríntios 1.3-4 – NAA). Podemos buscar com quem foi consolado, assim como nos tornamos ministros de consolo naquilo que fomos consolados. Lindo desenho do Consolador.
Em qual área da vida você está precisando de consolo hoje? Para quem você pode ministrar consolo hoje? Nosso destino é o consolo. Somos alvo do consolo para nos tornarmos agentes de consolo. Amar é consolar. Consolar é amar. Vivamos no amor. Vivamos no consolo.
Pr. Rodolfo Montosa