E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos (Atos 2.42-47).
Lembro-me de um sermão pregado pela pastora doutora Sherron Kay George falando sobre o Pentecostes. Uma de suas afirmações foi bastante interessante: “O Espírito Santo colocou a igreja na rua”. O projeto de Cristo para a igreja era Atos 1.8, a partir de Jerusalém até os confins da terra. A igreja foi lenta, acomodada. Ela preferiu a zona de conforto. Não saiu de Jerusalém. O que Deus fez? O professor e pastor do Seminário Presbiteriano de Campinas, Júlio Ferreira, disse que Deus fez com a igreja o que a águia faz com os seus filhotes: desmancha o ninho e coloca-os para fora, forçando-os a voar. Deus permitiu que a morte de Estêvão desencadeasse uma terrível perseguição. Atos 8.1: E Saulo consentia na sua morte. Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e Samaria.
Os planos de Deus não podem ser frustrados. Quando nós deixamos de fazer o que Deus quer, nem por isso as coisas não vão acontecer. Deus é Deus e ninguém vai impedir o seu agir. O tema de hoje é bastante impactante, ele nos mostra que o propósito de Deus para a igreja é tremendamente dinâmico. Ela não pode estacionar, parar, ela está em constante movimento. E o texto de Atos que é a nossa base bíblica, neste domingo, nos mostra exatamente isso: a igreja está em movimento.
O movimento começou quando eles tiveram a visão do corpo. O versículo 45 de Atos 2 diz que eles vendiam as suas propriedades e distribuíam entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Isso nos lembra uma reflexão de Stanley Jones, Os três níveis da vida: 1. Nível satânico: o que é meu é meu, e o que é seu é meu também; 2. Nível humano: o que é meu é meu, o que é seu é seu; 3. Nível cristão: o que é meu é seu; o que é seu é seu também. Que Deus nos ajude, como igreja, a darmos esse primeiro passo. Paulo confirma isso: Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros (Filipenses 2.4).
O outro movimento é a comunhão. Que estilo de vida! Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração (Atos 2.46). Quanta inspiração! É preciso que a igreja busque esse modelo e o coloque em prática. Somos a família da fé. Devemos viver o “uns aos outros”. Um irmão me disse: “Pastor, estou na igreja há algum tempo e nunca ninguém me deu um abraço”. Eu lhe perguntei: “E o senhor já abraçou alguém?” Abrace e você será abraçado. Não existem barreiras entre você e seu irmão. A dor dele é a sua dor. A alegria dele é a sua também. Como igreja queremos cantar: “Como é doce a comunhão dos remidos do Senhor”.
Quando a igreja vive a dimensão desses movimentos que vimos: a partilha e a comunhão, o resultado é simplesmente fantástico. Deus se movimenta em nosso favor: Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos (Atos 2.47). Ele trabalha para aqueles que nele esperam. É ele que acrescenta. Essa verdade é bíblica: nós plantamos, nós regamos, mas o crescimento vem de Deus (1 Coríntios 3.6). A igreja pode ter seus melhores métodos, suas melhores estratégias, se ela não estiver no mover de Deus, os resultados serão nulos. Que neste mês, quando celebramos os 86 anos da nossa igreja e os 121 da igreja nacional, que o Senhor nos encontre como igreja no mover do seu Espírito. E assim estaremos nos movendo sob a égide do Espírito do Senhor. Assim Deus nos abençoe!
Pr. Messias Anacleto Rosa
