Guarda-me, ó Deus, pois em ti me refugio (Salmos 16.1 – NVT).
Muitos são os cânticos de Davi escritos em diversas circunstâncias de sua vida. O grande rei se apresentava forte e confiante, mas, também, como uma criança indefesa; paciente e esperançoso, mas, por vezes, em angústia e dor. Não é possível decifrarmos o contexto exato no qual esse poema foi escrito, mas é certo de que trata-se de um hino de confiança no Senhor, o seu mais alto esconderijo e refúgio.
Deus pessoal e cuidadoso. Guarda-me, ó Deus, pois em ti me refugio. Eu disse ao Senhor: “Tu és meu Senhor! Tudo que tenho de bom vem de ti” (Salmos 16.1-2 – NVT). Com essa introdução Davi deixa claro que o grande Deus, Javé, é também o Adonai, seu Senhor pessoal. O pronome possessivo retrata um Deus íntimo e cuidadoso e isso o leva a se expressar de maneira grata pelas bênçãos recebidas. A fonte é o Senhor.
Deus único e generoso. Nos versos seguintes (Salmos 16.3-6), de maneira curiosa, Davi faz um contraste entre o povo eleito, que permanece fiel ao Senhor, e aqueles que correm atrás de outros deuses. Declara que sua fidelidade ao Senhor está firmada na convicção de que somente o nosso Deus, único e generoso, é a porção de sua herança, capaz de derramar bênçãos sem medida e uma sensação agradável de saciedade.
Deus companheiro e conselheiro. Em seguida, vemos uma certeza de que esse Deus se apresenta como um guia, ajudador, conselheiro. Louvarei o Senhor, que me guia; mesmo à noite meu coração me ensina. Sei que o Senhor está sempre comigo; não serei abalado, pois ele está à minha direita (Salmos 16.7-8 – NVT).Esse louvor sincerosurge daconvicção de que em todo tempo o poderoso Deus está ao nosso lado, guiando, protegendo e dando conselhos. Sua presença impede a sensação de abandono e abalo. Ele é o nosso defensor! Ele vem nos socorrer!
Deus que traz alegria e vida. Não é de admirar que meu coração esteja alegre e eu exulte…tu não deixarás minha alma entre os mortos (Salmos 16.9-10 – NVT). Ainda que o cenário seja de adversidade Davi encontra em Deus seu mais alto refúgio e essa certeza resulta em alegria. A vida terrena não é suficiente para usufruirmos de todas as bênçãos disponíveis no Pai. Ele ainda concede a eternidade para o conhecermos e nos deleitarmos. Embora Davi e o povo de Israel tenham experimentado essas bênçãos, a concretização final e verdadeira dessas bênçãos se dá por meio de Cristo.
Deus que sempre tem mais. Por isso o salmo termina falando de um futuro glorioso. Tu me mostrarás o caminho da vida e me darás a alegria de tua presença e o prazer de viver contigo para sempre (Salmos 16.11 – NVT). A conjugação dos verbos no futuro expressa a vinda de Jesus, o que torna o Salmo 16 messiânico. De maneira profética, Davi relata a existência de um Deus conosco, presente, que trará definitivamente a alegria de sua presença constante.
Aqueles que se refugiam em Deus encontram vida em Cristo. Somente Jesus nos satisfaz e assim o será por toda eternidade. Ali haverá plenitude de alegria e delícias perpetuamente. Aleluia!
Pr. Daniel Zemuner Barbosa