Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu (Cântico dos Cânticos 6.3).
Imagine um dia em sua vida no qual uma pessoa faça esta afirmação direta e firme: “Você não tem fé”. Foram essas palavras que ouvi num momento de busca por Jesus. Naquele instante, uma pergunta veio à minha mente: O que é fé? E, assim, fui para o momento de intercessão numa programação especial na igreja, uma das primeiras edições do Kyrios.
Alternamos momentos de oração e cânticos, e a pergunta fixa em meus pensamentos. Então, de repente, durante a adoração, tive uma visão muito clara: uma coroa de espinhos e uma gota de sangue vermelho intenso e vivo.
Jamais esquecerei aqueles segundos e, então, entendi: meu amado estava ali, pude sentir a sua presença; sabia que me via por dentro, não tinha absolutamente nada em mim que ficava oculto ao seu olhar; ele me conhecia. Ao mesmo tempo, eu me senti completamente segura, invadida por um amor inimaginável. Sabia que minha vida estava totalmente mudada. Eu estava livre, liberta, curada, serva e amada. E, pela primeira vez, vivenciei um novo cântico. Foi como um rio que não se pode conter; as palavras de gratidão, a adoração e a alegria simplesmente fluíram.
Um novo cântico surge quando estamos diante de um pôr do sol maravilhoso ou uma lua cheia linda, assim como o salmista declarou: Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (Salmos 19.1). Também acontece quando uma batalha é vencida, assim como fez Moisés: Cantarei ao Senhor, porque triunfou gloriosamente, lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro (Êxodo 15.1). Ele vem quando um desejo é realizado, a exemplo de Ana: Então, Ana orou assim: O meu coração exulta no Senhor. A minha força está exaltada no Senhor. A minha boca se ri dos meus inimigos, porque me alegro na tua salvação (1 Samuel 2.1 – NAA). Ou, ainda, quando a promessa se cumpre, como na expressão de Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador (Lucas 1.46-47). Cantamos um novo cântico quando estamos diante do trono, em adoração: E cantavam um cântico novo, dizendo: “Digno és de pegar o livro e de quebrar os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5.9-10).
É tão bom saber que o Senhor coloca um cântico novo em nossa boca (Salmos 40.3). Mas também somos estimulados a cantar um novo cântico (Salmos 96.1).
Cantamos um novo cântico ao Senhor, Salvador, Rei, soberano, rocha, videira, porque ele tem feito maravilhas, pelo dia que nos dá, pela vida, pela presença que nos sustenta, pelo seu amor; cantamos um novo cântico porque ele é o Eu Sou e todas as nossas fontes estão nele, ele é o Todo-Poderoso, o Criador.
Saiba que, em diferentes momentos que passamos, um novo cântico pode surgir, nas lutas ou vitórias, na esperança ou perseverança, nas frustrações ou conquistas, nos momentos de alegria ou de dor, na comunhão ou solitude. Um novo cântico nasce a qualquer hora, de maneira simples e pessoal; pode ser expresso em uma palavra, uma oração ou uma nova canção. Um novo cântico é a expressão de lábios que confessam ao Senhor, do amor incontido, da certeza do seu poder e presença. Um novo cântico surge quando nos rendemos e simplesmente declaramos: Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu (Cântico dos Cânticos 6.3).
Pare neste momento, pense em como foi seu dia, sua semana, olhe ao redor, olhe para o dia lá fora, traga à lembrança o que Jesus fez em sua vida, quem ele é para você, e comece a declarar de maneira espontânea tudo isso; deixe um novo cântico sair de seus lábios. Este é um momento de encontro entre o amado e você, então se jogue nos braços dele e se deixe levar por ele.
Pra. Maria Helena Santos Faleiros